sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Confessionário

Não é que fosse rebelde. Não é que o mundo fosse grande, com paredes invisíveis. Não que o ar pesasse ao passar por suas narinas. Não era isso. Não era essa negação e toda hora dizer não.

Simplesmente pairava no ar uma dúvida...uma dúvida cruel que estava surgindo em sua mente.

Quando fazia parte da sua seita secreta (que já tentara esquecer por tantas vezes), sentia-se um pouco melhor do que agora, sem as correntes.

Agora, corria atrás de um par de olhos sem dono. E pensava nele...Valeriano, seus olhos cor de mel, cabelos loiros, quase branquinhos. Pensava nesses fios como sendo raios de sol. De repente fecha os olhos e sente como se precisasse adormecer para esquecer. Esquecer que estava fugindo do nada para lugar nenhum. Esquecer que não podia lembrar do soldado. Não poderia lembrar do arfar da sua respiração...não, não. Queria esquecer imediatamente Valeriano e suas palavras meigas, suas promessas de que tudo seria para sempre.

Sentia-se tão frágil...mesmo não tendo o direito de sentir-se assim. Ela era Vênus. Vênus de La Luna. Saída de uma concha redonda mergulhando profundamente no mar do mundo. De mistérios, de amores, de segredos, de vazio. De encantos. De sentimentos femininos viscerais. Era ela. Era Vênus. Coração, razão, verdade, convicção. A princesa de Valeriano e a perdição do Soldado inominado.

Era a dúvida...vivia de dúvida agora.

4 comentários:

José Antonio Klaes Roig disse...

Oi, Su. Muito bom esse post, que seja bem-vinda a Vênus de La Luna. E a concha também... :-)

Jow D. Cunha disse...

Parabéns Freakie!!

Ana Matias disse...

Parabéns Freakie!!

E aos visitantes do blog tb, acho que hoje os acessos se superaram!!

Que continuem rolando os dados!!

Beijos!

Suellen Rubira disse...

Brigadão aí pessoal! =)