sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Semper et ubique

Sempre e em toda parte, assim Lord Drago, integrante da Irmandade do Vento, referia-se ao Colecionador, o poderoso guardião da Ordem do Tempo, que nem os seus iniciados nem os mais infiltrados naquela sociedade secreta conheciam a verdadeira identidade... A única coisa que o cavaleiro do dragão negro sabia e tinha repassado a Prodigal era o fato de que, em caso de morte do cavaleiro, caberia ao fiel escudeiro assumir sua armadura, escudo e espada, carregando consigo o Livro do Destino, para tentar protegê-lo, ainda que com a própria vida, da cobiça do Colecionador, que desejava possuir todos os livros do mundo e dominar com isso todo o conhecimento humano em sua Biblioteca Sepulcral...

Lord Drago sabia que naquele Reino de estranhos existiam outros dois livros mágicos (dos Sonhos e dos Dias), que juntamente com o seu, o do Destino, continham em si a chave para enfrentar o temível Colecionador. Temendo por sua ruína, prevista nos dados e no livro, Drago guardara aquele oráculo num local enigmático que somente seu fiel escudeiro, se viesse a lembrar de seus ensinamentos, poderia encontrar...

Na beira do lago Azul Profundo, Prodigal pediu a Insônia que o ajudasse a retirar a pesada armadura de seu amo e Senhor. A mulher, sem dizer uma só palavra, acatou seu pedido. Os dois, com muita dificuldade, abriram uma a uma as fivelas daquela quase inexpugnável malha. A pedra preciosa, chamada o coração do dragão, ainda vertia sangue. Um pequeno mar vermelho se formou ao redor do imenso corpo sem vida. Após alguns minutos, o cadáver de Drago estava despido. Insônia aproveitou a beira do lago para lavar sua ferida.

Enquanto Prodigal desafivelava a malha nem percebera que a bela mulher tinha adentrado em um pequeno bosque ali próximo e de lá trazido ervas medicinais para fazer ungüento e cicatrizar a profunda ferida.

- Para que tanto cuidado com um corpo sem vida?, perguntou o jovem à moça dedicada.

- Semper et ubique unum ius (Sempre e em toda parte um único direito).

Envergonhado, conhecendo bem aquela língua ensinada pelo seu mestre, o escudeiro percebeu que teria muito que aprender com a vida e também com aquela mulher se quisesse se tornar um honrado cavaleiro. Tentando se redimir, trouxe a catapulta que arremessava os dois escudos de fogo, para poder carregar para dentro do bosque o corpo de seu amo e Senhor. Precisou de mais duas viradas de areia da ampulheta para que ele e a mulher cavassem uma cova funda, ao lado de uma imensa árvore, para em seu interior depositar o corpo de Drago.

Insônia trazia na cintura uma pequena bolsa enrolada, de onde tirou agulha e linha para costurar a malha do cavaleiro do dragão negro. Mexendo em seu interior, encontrou um pedaço de pergaminho, todo amassado, ensangüentado... Quando Prodigal se aproximou, a mulher alcançou-lhe o pedaço de papel, que continha um misterioso poema escrito, ao que tudo indicava, com o próprio sangue de Drago. Uma confissão? Um segredo? Que nada, quem sabe alguma mensagem cifrada indicando onde se encontrava O Livro do Destino, pensou o menino do lago tentando decifrar uma mensagem dentro de outra mais imbricada.

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V3J0-UM-MUND0-1M3N50-N45-3NTR3L1NH45
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N45-L1NH45-1M4G1N4R145-3NTR3-0-S0NH0-3-4-P41X40
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3-0-T0RM3NT050-V1V3R-53M-T3-M1R4R...

5 comentários:

José Antonio Klaes Roig disse...

Oi, turma RPGiana. Como semana que vem inicio aulas a noite e estarei nas horas que sobrarem dissertando, antecipei um post, já que na outra semana, pra variar, estarei tb viajando.
Ah, "A César o que é de César", e a Ana o que é de Ana. Foi da Ana Matias a idéia de escrever um post ou poema em latim... Que está em elaboração. Eu apenas, furto de minhas leituras teóricas e insights, usei essa expressão latina para servir de título e fio da meada deste post. Suellen tb inovou, colocando uma publicação em inglês, homenageando nosso leitores do exterior. Jouber ilustra bem nossa imaginação. Enfim, eta grupo criativo esse... É um privilégio tê-los como amigos e colegas de projeto literário. Um abração a todos, e que os dados não parem de rolar... Longa vida ao RPG. Zé.

José Antonio Klaes Roig disse...

Ihhh, na msg minha acima, onde leê-se "furto de minhas leituras", logicamente quis dizer "fruto". Não foi ato falha, até p q referenciei a idéia da amiga e colega. hehehehehe, é fruto do teclado mais lento que seu digitador. Rssss, Abraços rpgianos a todos! Zé.

Jow D. Cunha disse...

PÔ Zé muito bom este post e tu como sempre sendo enigmático...
Parabéns a todos mesmo e desculpem a demora!!!

Andréia Pires disse...

agora sou eu!! no 29... :D

Ana Matias disse...

Muito bom Zé, ainda tengo alguns problemas em decifrar, mas eu termino conseguindo!
Viva o RPG!
Abraço!